terça-feira, junho 26, 2012

Tombos

Você vai se desequilibrar. Vai ter dias em que você vai tropeçar nas próprias pernas, nas próprias palavras, vai se estribar todo. Você vai levar aqueles tombos que a gente nunca sabe como aconteceram, que quando foi ver já estava no chão, caído.
E geralmente, quando isso acontecer, vai ralar seu joelho, sua perna, sua cara. Vai te ralar todo. Mas o que você vai fazer? Você vai sorrir. Porque tem gente demais esperando uma queda sua pra aplaudir, e ninguém tem o direito, nem por um momento sequer, de rir de você.
Então você vai sorrir e olhar bem pra cara daqueles que esperam tua queda, sem dizer nada. Mas o recado vai ser dado. Claro, cristalino. O seu sorriso vai esfregar na cara de quem espera pra te ver no chão, que não é um tombinho a toa que vai tirar teu rebolado. Não é qualquer pedrinha no caminho. E pros poucos que te desejam o melhor, que te acompanham na caminhada, seu sorriso vai ser o suficiente pra que eles saibam que você tem a força que eles imaginam que você tenha.
Os tombos são inevitáveis. E quando você cai, você pode chorar o joelho ralado, o orgulho ferido, ou rir por ser tão estabanada, tão leve, tão suscetível a cair de vez em quando. Você pode cair e dar um motivo pra que riam de você, ou cair e fazer do seu tombo um motivo pra rir de si mesma e de quem tem tanto tempo ocioso que fica vigiando seus passos.

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