domingo, junho 17, 2012

Como quem crê

Como quem acredita em destino, ela insiste. Como quem não perde a fé, ela crê. Como quem acredita em finais felizes, ela vai até o fim. Tropeça, cai, rala o joelho, rala o peito, rala a alma. Se rala todinha por dentro: rala o coração, rala o orgulho. Fere, se machuca. Depois levanta e continua.
Como quem não se deixa abater por uma tempestade. Como quem não se deixa levar por tanta gente que não tem a mesma fé. Como quem acredita. Ela cai num buraco fundo e escala até a superfície, porque anseia pelo que vem pela frente.
O futuro é incerto demais, as únicas previsões que se pode fazer é que vai ter sorriso, vai ter choro. Vai ter desespero e vai ter paz. Vão ter madrugadas frias e dias ensolarados. Vai ter felicidade a rodo, e também vai ter aquela tristeza de derrubar o otimismo de uma nação inteira. Mas vai ter alguma coisa.
E é por isso que ela continua. Vai e quebra todos os protocolos, porque certamente não nasceu pra seguir regras alheias. Faz tudo a sua maneira, ainda que por vezes se engane e precise refazer tudo. Ela traça o seu caminho, rema contra toda a maré que venha de encontro. Nada na direção oposta, foge a todas as especulações. Foge das previsões. E quando acha que não vai dar pé, continua até onde o fôlego aguenta, até a hora que ela não aguentar de verdade.
Pra ela o hoje vai ser sempre melhor que o ontem, e certamente pior que o amanhã. E é nisso que ela acredita, é nisso que ela deposita sua fé. Ela crê por quem não crê em si mesmo, ainda que ela mesma não creia tanto assim nela. Mas a força dela, a que ninguém sabe de onde vem, tá ali pra quem quiser ver.
Vai cair quantas vezes forem necessárias. Vai se ralar toda, se quebrar toda. Vai chorar um rio, mas vai sorrir um oceano. E no fim, certamente, tudo vai ter valido a pena. Vai valer a pena pelas batalhas vencidas, os obstáculos deixados pra trás, as histórias pra se lembrar amanhã. Amanhã é outro dia, é um dia independente. É um dia singular. E como quem crê que o amanhã traz um dia ensolarado e milhões de outros momentos singulares, ela vive.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Deixe que digam, que pensem, que falem..."